Até as eleições de 2022, o eleitor poderá conversar ou estudar, descrever a si e aos próximos, uma teoria de Estado: o que queremos do Estado e por quê.
Gosto de enfrentar questões difíceis desenhando esquemas. Quando não sei o nome exato de uma ideia, tento aproximá-la de um arquétipo. Aos poucos, esquemas arquetípicos revelam, nos meandros de seus nexos, conceitos e proposições mais úteis, que não chegariam de imediato.
São três, assim, as ontologias estatizantes possíveis ao objeto BR22. Direi LATAM, para designar a história da América Latina; EUA, para designar a superpotência norte-americana; BRICS, para designar o avanço chinês.
∆
Não aposto ser possível pedir uma, em negação às outras. O mais provável é o país equilibrar-se, como quem corrige de novo e de novo o centro de massa enquanto encena danças.
LATAM :: faz do Estado o contínuo Europeu Cristão cioso da Física (ressurgimento ecológico e urgência ambiental)
EUA :: faz do Estado a guarda imperial da Obra e da Formação (esperanto socioeconômico e transformação do acesso ao Saber)
BRICS :: faz do Estado o movimento audaz e familiar da Invenção (da força do empirismo, o evangelho do convívio)
Não escolher será cultivar os três modos. Compor, nas Câmaras como nas Côrtes e na Execução, quadros e projetos capazes de aliar agenda nacional a sensibilidade global.
Consequentemente, o eleitor aproveitará o assunto para aprofundar a conversa em direção a uma teoria do Direito. Este é assunto para outra postagem, mas favor antecipar as seguintes provocações:
– Potência deliberativa não pressupõe autonomia física;
– Estado e Sujeito, objetos em franca construção, lidam COM e PARA as regras;
– As regras avançam como RETORNASSEM ao codex mundi, obsceno e original;
– Retornam como deixassem para trás o entulho, o mais antes do menos impróprio, reordenando-se;
– APRIMORANDO código em concórdia – lúcida e estimulante
– Tornando o que dizemos ‘nós’ um grupo cada vez mais abrangente ao incluir MODOS DIGNOS DE SI – desde aquilo que os especifica e interessa-nos